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quarta-feira, 10 de abril de 2019

::>> Coração do meu Brasil <<::

"Salve o Rio" (Andréa Vaz)

Alô, alô povo brasileiro!
Desperta este adormecido guerreiro
Muita luz, paz e resiliência
Não se deixe levar nas águas da sofrência
Levanta e sacode a tristeza
Rebola com alegria na mesma cadência
Balance com jeito e firmeza seu pandeiro
Mantenha bem alto tremulando sua bandeira
Grite numa só voz "Ordem e Progresso"
E numa única corrente de assistência
Dê aquele abraço merecido ao Rio de Janeiro
Chega de descaso e política interesseira
Agir com gentileza, consciência e prudência
Conecta bom exemplo ao mundo estrangeiro.
Rio segue seguro seu fluxo enfrentando o temporal
Lembre que o Cristo te olha e reserva a bonança no final.

terça-feira, 9 de abril de 2019

::.. O jogo do destino

"Labirinto" (Andréa Vaz)

Se penso e volto a pensar
Então repenso e não posso negar
Penso que penso que sei pensar
E de repente outro pensamento me faz voar
Por isso não sei o que pensar
E neste labirinto de pensamentos
Minha razão me leva a rezar
Meu coração aflito se acalma num breve respirar
Até chegar outro insistente ruminar
Se penso e volto a pensar
Então repenso na ligeira vida a passar
Cada pensamento me leva a criar
Por isso vivo a pensar
Penso que viver não é preciso
Preciso sempre reinventar meu destino.

segunda-feira, 25 de março de 2019

.:: Revendo Rascunhos ::.




Refazendo rascunhos, repaginando a vida, reinventando nova estação!

Depois de muito tempo, volto ao ponto onde nunca deveria ter parado, meu cantinho especial neste espaço virtual. Não por acaso, venho escrever neste momento auspicioso do céu, que é quando se celebra o início do ano solar astrológico.

Que estas boas energias permaneçam soprando bons ventos e ilustres ideias, espalhando palavras de assuntos diversos, promovendo questionamentos, buscando conhecimentos e também descobrindo novos saberes. A vida também é assim, sempre nos ensinando algo novo e neste blog não será diferente.

Então, convido você nesta aventura de letras, e para reinaugurar, começo com este assunto: a Astrologia. Considerada a ciência mais antiga do planeta, e sua linguagem é tão singular e atrai tantos mistérios que até hoje se renova e vive na moda, por isso de fato funciona. Não quero causar polêmica, nem vou aprofundar seus ensinamentos aqui. Deixo algumas palavras para se pensar e analisar. Observar acontecimentos cotidianos e ciclos da natureza são alguns sinais que os Astros não estão pendurados no céu por acaso. Além de mostrar que o Universo é enorme, eles nos servem de bússola em todos sentidos. A lua e suas fases comandam o movimento das marés e também nossas emoções. Um bom costume popular que virou clichê, é de se afirmar que o ano só começa depois do carnaval, e isso faz todo sentido, em março a energia ariana está no ar. Pretendo transmitir de forma simples e fácil, alguns conceitos básicos, que servem de orientação e se houver maior interesse, é só consultar um bom astrólogo.

No dia 20/03/19, aproximadamente às 18h58, se iniciou um novo ciclo especial. O astro Sol começou iluminar o signo de Áries, o primeiro signo do zodíaco, que rege os inícios, simboliza a coragem necessária para começar, dar o primeiro passo em direção ao que se quer fazer e realizar. Quando o Sol passa por um determinado signo, fica fácil desenvolver naturalmente as qualidades que o signo nos propõe, quer dizer, força pessoal, independência, impulso, coragem, determinação e iniciativa. Áries é signo de pura ação e de qualidade Cardinal. Pertence ao elemento Fogo e seu planeta regente é Marte. Também na mesma data se deu o início as estações do ano, Primavera no hemisfério norte e Outono no hemisfério sul. Repare que tudo se conecta. Em breve explicarei melhor sobre qualidades, elementos e planetas.

Este ano indica grandes iniciativas, força de vontade e auto suficiência, isso não quer dizer isolamento, ao contrário, é necessário segurar na mão do outro e perceber um novo e maior sentido na vida. Relacionamentos e suas flutuações estarão em destaques. Cuidado com riscos, impulsos e gastos desnecessários. É bom evitar confrontos e disputas de poderes. Saber esperar e saber falar no momento certo é uma das dicas para evitar confusão, assim convivência será bem agradável com aqueles que amamos. Deixando de lado erros repetitivos, aprendendo com eles e aprimorando aquilo que somos peritos. Não é bom criar resistência ao novo. A vida segue, então é época de aproveitar os bons eflúvios e o céu conspira a favor. Estas energias permanecerão aí durante os próximos doze meses.

Astrologia não é bicho de sete cabeças e nem pode ser tratada com total ignorância. Ela veio como instrumento de orientação numa decisão. Ela prevê, mas não é perfeita. Há variantes e o livre arbítrio é uma delas. Enfim, depende muito da interpretação feita.

E sobre isso posso citar um grande escritor e físico brasileiro que ganhou recentemente o prêmio Templeton 2019, Marcelo Gleiser, do signo de Peixes, com ascendente em Áries e lua em Câncer, ficou impressionado com a previsão do astrólogo que fez a leitura de seu mapa astral. "Ele falou que um dia eu ia ficar famoso, mas não pela minha pesquisa em Física, mas por algo ligado ao fato de ser cientista".

Então é isso, experimente astrologia e chegue às suas conclusões.

Que venha milhões de postagens e feliz novo ano astrológico!

terça-feira, 20 de março de 2012

::. Anunciando nova Estação!!!




 Ah... Chega outono, anunciando mudanças. Novos ares, nova visão, nova roupagem, nova história. Época de renovação,  e inovações! Época de ter um novo olhar ao tradicional cotidiando, e também por que não ao seu antigo vizinho. Nova estação que inspira recomeços. Uns tanto doloridos e outros tantos saborosos. 

Sabemos que mudanças são necessárias e não podemos ficar limitados sempre no mesmo modo de agir e pensar. Convivemos em grupos e as pessoas são diferentes entre si, e precisamos aprender a ser receptivos ao diferente. Respeitarmos o momento de cada um. 

Quem é mais experiente mostra sua sabedoria, cedendo e compreendendo junto aqueles que por qualquer descuido desconhecem as regras, confusos dentro do seu próprio mundo. Por isso a importância dos mestres do caminho que apontam sempre novos passos na evolução, despertando esta máquina complexa chamada ser humano. 

Estes mestres podem ser uma pessoa, um livro ou um momento especial que passamos, mas que sempre promovem mudanças em nós. Que venha o mestre Outono neste pulsar incessante e constante, transformando a natureza ao nosso redor e modificando também o nosso cenário interior. Redesenhando uma consciência jovem, num corpo velho, a iniciativa sobre a inércia. Ousando inventar, quebrar regras e barreiras, por um boa causa social. Tudo interagindo ao mesmo tempo, indo do coletivo ao individual, do individual ao coletivo. 

A arte do outono é esta sensação de eterna transição, do bonito ao feio, do novo ao velho. Não podemos ficar parados no tempo, tudo se recicla. Ou então, se perde, vira pó no tempo. Ah...Quanto tempo perdido! Então não perca tempo, sempre é tempo de renovar, de respirar, de amar...

domingo, 11 de dezembro de 2011

:.. Mulheres de todos os tempos!


Nos Tempos de Hoje (Andréa Vaz)

Do relógio do tempo até os dias de hoje
Muitas mulheres ainda morrem em vão
Deixando a ignorância ser o maior vilão
Perdoando o primeiro tapa do maridão
Mergulhando na ilusão da paixão
Confundindo sentimento e dependência
Esquecendo o gerador de toda violência
Fugindo da dor de serem rejeitadas
Sofrendo mais que almas penadas
Desejando apenas um dia serem amadas...

Senhoras de mil destinos, venham vestir a fantasia
Viajar em épocas de diversas emoções...

Mulheres e seus relatos...
Silenciosas vidas que pulsam na escuridão
Trazem no sangue todos os seus pecados
Vítimas de preconceitos sem idade
Escolhidas como objetos por seus amados
Desde sempre submissas em gestos e palavras
Humilhadas, na função exclusiva de procriar
De sexo, só ganhavam óbolos
Do mundo, os atos desprezíveis dos tolos.

Mulheres e seus retalhos...
Silenciosas vidas que pulsam na união
Somavam crenças e experiências
Diluíam lágrimas e opressões
De ponto em ponto se curavam
Esqueciam o passado e suas lamentações
Juntas se fortaleciam no cozer
Deslumbrando esperanças por um novo amanhecer
Lutavam secretamente sem ninguém perceber

Mulheres e seus sapatos...
Silenciosas vidas que pulsam na convicção
Rompem todos os hábitos de estagnação
Pelo voto, gritam seus direitos
Pelo trabalho, reconhecem seus valores
Pelo lar, dividem suas multitarefas
Pelo homem, compartilham seus sentimentos
Mesmo assim, a luta ainda persiste
Enquanto houver uma ponta de discriminação.

Senhoras de mil destinos, venham tirar a fantasia
Diante de toda história garantem seus rebolados
Sexo frágil e forte em diversos sentidos,
Corajosas, ousadas abusam nos vestidos decotados
Inúmeros pretendentes, querendo ser seus namorados
Agora podem um melhor caminho escolher
Estradas originais, sendo elas mesmas sem se deter
Certas e seguras que não há nada a temer.

domingo, 27 de novembro de 2011

::: Sexo frágil, não foge à luta...

Faz tempo que não escrevo aqui. Inúmeros foram os transtornos. Felizmente, a paixão pela escrita é maior que tudo. Então aos poucos estarei atualizando o blog. Agora um pouco de poesia.


Mulheres (Andréa Vaz)

Na infância, figurou minha fantasia...
Misturando real e imaginário
Lembrança terna de vozes e contos
Gesto sublime, sagrado e diário
Mãe, protetora zelosa e amiga
Tia, companheira amável e confidente
Professora, detentora de notáveis conhecimentos
Criaturas que rodearam meu consciente.

No crescer, figurou minha fantasia...
Levantando bandeiras de igualdade
Buscando direitos contra a hipocrisia
Realizando seus afazeres com criatividade
Irmã e Amiga, unidas no sangue e na vida
Amiga e irmã, cúmplices de segredos
Algumas ousadas, odiadas, outras amadas, esquisitas
Mulheres que vencem todos os tempos...
Arquitetas, médicas, escritoras, empresárias,...
Amantes, profissionais e donas de casas
Estabelecem livremente seus espaços, antes negados.

Agora, figura minha fantasia...
Todas elas juntas, únicas e conectadas,
Nas Virgínias, que escrevendo buscam um teto todo seu,
Nas Fridas, que mesmo acamadas, realizam seus sonhos,
Nas Callas, que cantam e encantam seus amantes,
Nas Zildas, que morrem acreditando nos seus ideais,
Conheço inúmeras que compartilham suas experiências,
Extraordinárias, fogem à regra de tudo que o homem estabeleceu.
Mulheres eloquentes, minhas eternas docentes.

Aqui deixo minha homenagem e um breve conselho,
Em forma de uma simples reflexão:
Mulheres, não se deixem enganar
Seu poder maior é o sexto sentido,
Que os homens até hoje tentam imitar.
Por isso, em qualquer situação,
no eterno jogo de sedução,
não importa quem é o melhor,
E sim, quem consegue ser conciliador.
Mas, se eles tentarem jogo baixo e agressor.
Ergam-se, pois toda mulher tem seu valor.
Amem-se e sejam amadas!

terça-feira, 9 de agosto de 2011

Luto Homenagem - Rolando Palma



Triste fim de nosso amigo blogueiro, que deixou marcado na escrita sua beleza.
Que ele fique na Paz de Cristo onde estiver!
Aqui o relato do acontecido.


domingo, 12 de junho de 2011

Um mergulho de amor!

Estava procurando uma música especial para que representasse o dia dos namorados. Lembrei de uma que é muito cantada em videokê, e no youtube encontrei uma graciosa animação que traduz bem as várias facetas do amor. Quem já tem seu par, desejo um maravilhoso domingo. E quem no momento está sem, desejo também um ótimo domingo!

Agora só resta assistir o vídeo, e se deixar levar pelas ondas de amor. Depois é só comentar se acha que o amor é lindo, ou é brega. 


terça-feira, 7 de junho de 2011

Faixa Viva

Santos lança movimento Faixa Viva para pedestres e motoristas


No mês de maio, a cidade de Santos começou o movimento Faixa Viva. Deixo de lado os interesses políticos, dando o enfoque importante que este movimento tem.

Em vigor desde 1997, o Código de Trânsito Brasileiro (CTB), prevê multa para quem desrespeitar a faixa de segurança. Segue abaixo o artigo que rege o assunto sobre a faixa de segurança. É muito bom ler com atenção.

De acordo com o Art. 214 “Deixar de dar preferência de passagem a pedestre e a veículo não motorizado:
I - que se encontre na faixa a ele destinada;
II - que não haja concluído a travessia mesmo que ocorra sinal verde para o veículo;
III - portadores de deficiência física, crianças, idosos e gestantes: consiste em infração gravíssima, sob pena de multa.
IV - quando houver iniciado a travessia mesmo que não haja sinalização a ele destinada;
V - que esteja atravessando a via transversal para onde se dirige o veículo consiste em infração grave, sob pena de multa”.



Este movimento foi lançado pela prefeitura juntamente com a CET (Companhia de Engenharia de Tráfego), que tem como bandeira a prioridade do pedestre nas faixas de travessia usando o símbolo do braço estendido. Podemos contar com uma boa ação iniciativa, educativa que conscientiza para mudança de maus hábitos, promovendo um trânsito melhor, gerando respeito na relação entre motoristas e pedestres.

A proposta é que nos próximos três meses, várias ações de divulgação serão veiculadas em jornais, rádios e TVs, além de anúncios nos ônibus e nas lotações. Após o lançamento oficial, no Parque Balneário Hotel, agentes da CET iniciaram a distribuição de 70 mil panfletos e mil luvas em formato de mão, para orientação de pedestres e motoristas, no Gonzaga. Pelo menos 35 mil adesivos e 500 adesivos de peito (bottons) serão entregues aos munícipes e 100 banners com a mensagem do movimento fixados nos centros de formação de condutores. Ainda não recebi nenhum adesivo na rua, e apenas posso confirmar que vi faixas espalhadas e anúncios nos painéis traseiros dos ônibus.


Até os alunos da rede municipal também estão dentro desta ação, assim como sociedades de bairros. Acho muito bom uma conscientização coletiva, estamos nos preparando para eventos mundiais e temos ainda muito a fazer pela nossa sociedade que não é bem vista no exterior.


Já li que a campanha será estendida aos turistas, nas temporadas de férias, com distribuição de folhetos informativos na travessia de balsas entre Santos e Guarujá e no pedágio da Imigrantes, com parceria da Dersa e Ecovias. A Porto Seguro também apoia o programa.

Faixa Viva está de acordo com a Assembléia Geral da ONU (Organização das Nações Unidas), que estabeleceu o período entre 2011 e 2020 como a "Década de Ação para Segurança Viária", visando à redução das mortes no trânsito em 50% num prazo de dez anos no mundo. Aqui em Santos existe também o Movimento Santos pela Vida, que dissemina na cidade a cultura da paz, então seria interessante integrar um movimento no outro, ressaltando a importância dos bons costumes gerando a paz entre as pessoas.


O símbolo do Faixa Viva é o braço estendido. Para solicitar a travessia em faixa sem semáforo, o pedestre deve, ainda na calçada, estender o braço com a palma da mão virada para os veículos. A travessia só deve ser feita quando os carros pararem. A dica para os motoristas, é agir como se o semáforo estivesse no sinal amarelo e acompanhar a movimentação dos outros veículos pelo retrovisor (veja detalhes abaixo).

Veja como a Faixa Viva funciona

Para os pedestres:

- Localize a faixa de travessia mais próxima;

- Parar junto ao meio fio;

- Em vias de grande movimento, aguardar a aproximação de outras pessoas para realizar a travessia de forma conjunta;

- Estender o braço, solicitando a prioridade;

- Estabelecer contato visual com os motoristas que se aproximam, assegurando que eles o visualizaram;

- Iniciar a travessia somente quando os primeiros veículos já estiverem parados, e em ritmo normal;

- Observar a possível movimentação de motos ou bicicletas trafegando nos corredores entre veículos;

- Redobrar a atenção em ruas de mão dupla;

- Em vias dotadas de canteiro central, os procedimentos devem ser refeitos na segunda transposição;

- Nunca ‘fazer valer’ sua preferência na travessia. Na dúvida, não dê o primeiro passo.



Para os motoristas:


- Redobrar a atenção ao se aproximar de faixas de travessia de pedestres sem semáforos;

- Ao avistar um pedestre solicitando a travessia, haja como se estivesse aproximando-se de um semáforo amarelo;

- Avalie as condições de segurança no seu entorno antes de conceder a prioridade;

- Caso perceba que outros veículos não visualizaram a solicitação do pedestre, acene com a palma da mão para que ele não inicie a travessia;

- Ao conceder passagem ao pedestre, acompanhe pelos espelhos retrovisores a movimentação dos demais veículos, intervindo com sinais de mão se achar necessário;

- Aguarde a completa travessia dos pedestres para colocar seu veículo em marcha.


Santos já vem reduzindo o número de vítimas fatais no trânsito. Em 2000, foram registradas 73 mortes. No ano passado, mesmo com o aumento da frota de veículos - no total são 272.139 - o índice caiu para 51. "Com o novo movimento, queremos diminuir ainda mais o número de acidentes", afirmou o presidente da CET. Desde dezembro, a empresa já revitalizou cerca de 7.500 faixas de segurança na cidade.

Existem outros lugares no Brasil que já introduziram este tipo de ação. Como em Brasília, que Em 2007, o comandante da Polícia Militar do Distrito Federal, Renato Azevedo, conduziu um workshop aos técnicos e dirigentes da companhia santista sobre a implantação do projeto em Brasília, onde a sinalização é respeitada há 14 anos. Em João Pessoa(PB) com características similares a Santos, como localização litorânea e potencial turístico, a cidade possui a Faixa Viva há seis anos. "Lá a população tem orgulho de respeitar a faixa de pedestres. Eles veem esse comportamento como um ato de cidadania", disse Ivson Teixeira, diretor de operações da CET.

Então o jeito é aderir ao movimento cooperando com o trânsito para melhorar a qualidade de vida aonde você mora. É um ótimo execício de cidadania. O que acha? Na sua cidade já tem uma iniciativa desta? Comente.

sábado, 4 de junho de 2011

:.. Hilda Hilst por Gisele de Marie



Este artigo que segue é de autoria de Gisele de Marie, uma grande amiga, com talento na escrita. Já é o segundo texto que ela gentilmente cede para mim, e tenho certeza que será muito esclarecedor àqueles que procuram saber mais sobre a senhora Hillst. Agora é só mergulhar na leitura...

HILDA HILST: UMA SENHORA DERRELIÇÃO

Eu tinha 24 aninhos, ela 64. Eu era apenas uma recém-formada, idealista, amante dos direitos humanos, das causas das mulheres, dos negros, das crianças, dos homossexuais, de todos/as os/as injustiçados/as e oprimidos/as do planeta. Amante, também, das buscas espirituais e das artes, especialmente literatura, teatro, cinema. Já então, mesmo sendo uma ilustre desconhecida, aventurava-me em escrever, em dizer o que penso e sinto, embora mais de uma vez tal hábito tenha me custado não poucas bordoadas. Ela ? Bem... ela já era uma senhora escritora, premiadíssima, cultíssima, de um talento e criatividade ímpares na literatura brasileira e internacional. Ainda assim, por inacreditável injustiça, bem pouco conhecida em nosso país e no mundo. Ah, e de quebra, muito – mas muito mesmo – mais especialista em bordoadas do que eu. Seu nome ? Hilda Hilst.

Contudo, vamos por partes. Como acabei de dizer, eu tinha apenas 24 anos e, a exemplo da maioria, não sabia da existência dessa excepcional criatura. Até que, num dia de 1994, chegou às minhas mãos uma entrevista dela a um crítico literário, publicada, se não me falha a memória, no jornal “O Estado de São Paulo”. A primeira coisa que vi foi uma grande fotografia de uma mulher de uns sessenta anos, traços europeus, vestida com calças compridas escuras e camisa de gola aberta com mangas dobradas na altura dos cotovelos. Estava sentada numa poltrona, olhando de frente, com um ar majestoso, sério, determinado, um tanto desafiador e, sem dúvida, incrivelmente inteligente. Havia também outras fotos, porém, essa foi a que mais me impressionou, talvez porque seus olhos pareciam fixar diretamente os meus. Claro que não precisei de mais nada para querer saber, o quanto antes, de quem se tratava.

Li a entrevista de fio a pavio. Descobri que Hilda de Almeida Prado Hilst, mais conhecida pelo primeiro e último nomes, era uma paulista nascida em 21 de abril de 1930, em Jaú, que então morava em Campinas, e que se tornara uma das mais originais e ousadas escritoras em atividade no Brasil, cruelmente condenada a um amargo desterro em seu próprio país e em sua própria língua.


Hilst, como ela mesma disse ao entrevistador, já escrevia há 30 anos, tendo inúmeros livros em prosa, versos e dramaturgia publicados. Colocara neles suas maiores riquezas, entregando o que tinha de melhor, no entanto ninguém queria saber, jogavam fora o que oferecia à literatura de língua portuguesa e universal. Acumulara prêmios literários, bem como críticas favoráveis ao seu trabalho; pertencia à equipe dos artistas residentes da Unicamp, sendo que a mesma estava interessada na compra de seus arquivos; entretanto, de que isso lhe adiantava se quase ninguém a lia ? Seu editor no Brasil editava seus livros, mas não os distribuía. Hilda chegou a formular uma teoria de que ele os escondia debaixo da cama, já que nunca encontrava suas obras nas livrarias – só em alguns sebos, ao lado dos autores mortos... Nem sequer conseguia receber alguma coisa de direitos autorais. Sobrevivia do programa da Unicamp, onde era chamada para simpósios e palestras, nos quais nunca sabia ao certo se conseguia agradar. Um dia perguntou a um professor: “Por que nos debates ninguém se dirige a mim ?” Resposta: “Ora, porque os alunos têm medo de você” Então, certa vez ela resolveu dizer: “Não se preocupem, eu é que tenho medo de vocês”. Não adiantou. Continuou falando sozinha, terminando por concluir que seria uma boa idéia se conseguisse ter várias máscaras para vestir, durante conferências e outras situações, de acordo com as necessidades do momento. Inclusive queria ter uma de “brava” para quando a agredissem.


O que ficou muito claro para mim, na tão interessante entrevista, é que essa tal de Hilda Hilst tinha grande dificuldade em usar qualquer máscara, e é provável que isso incomodasse a muitos. Certo, mas a ponto de deixarem sua literatura às traças ? Não, alguma coisa não se encaixava... Por que os alunos tinham medo de debater ou de fazer perguntas a alguém que se mostrava tão vulnerável a ponto de não saber fazer “cara de brava” ?


Munida destas questões, tratei de ir atrás de seus livros. Hilda tinha razão: devia haver alguma conspiração contra eles. Acontece que, após percorrer todas as livrarias e sebos de minha cidade, só encontrei um: “Contos D’Escárnio”, justamente um dos livros que fazia parte da tetralogia “pornográfica” (e que chamo de “pornoamarga”) que ela resolvera lançar no início dos anos 90, como resposta revoltada e amargurada, a leitores, editores e críticos que durante tanto tempo a ignoraram, ou a colocaram debaixo do tapete, ou deram valor e recompensas, bem como condições dignas de vida, a um bando de escritores medíocres, relegando um verdadeiro talento como o dela ao ostracismo. Ora, já que era assim, quem sabe se escrevesse uns quatro livros pornôs, bem ao gosto dos medíocres, quem sabe assim conseguiria alguns tostões? Afinal, quem escreve também precisa viver e pagar as contas. Quem sabe assim o público descobriria que ela existia e passasse a se interessar por outras obras suas? Foi o que imaginou. Só que também não deu muito certo. Primeiro porque isso não aumentou a venda de seus livros. Sim, um deles até chegou a parar na França e outro na Itália, recebendo boas críticas. Só que não foi além disso e da Itália, para seu espanto, não chegou a receber um centavo dos direitos autorais. Segundo porque, mesmo escrevendo pornografia, Hilda não conseguiu esconder sua genialidade, erudição, profundidade, sarcasmo e provocação. Seus personagens, ainda quando fazem sexo, pensam o tempo todo. E esse verbo, como se sabe, é perigoso... Pensam nas questões da existência, na morte, dor, solidão... Na realidade, a tal “pornografia“ e o sarcasmo escrachado não passam de fachada para o que realmente ela deseja dizer nas entrelinhas de uma intensa trama intertextual, que a maioria dos leitores comuns é incapaz de compreender.


De modo que, há uma contradição um tanto aflita na Sra Hilst. Explico. Mas antes contemos um pouco de sua história. Ela nunca quis saber de convenções, badalações literárias, hipocrisias. Quando jovem cursou direito na São Francisco e depois desistiu da carreira por completa incompatibilidade com a mesma. Morou sozinha em São Paulo, onde freqüentou os meios artísticos e culturais, fez muitos amigos e, não raro, escandalizou a alta sociedade, com seu comportamento considerado “avançado” para a época. Fez várias viagens, teve vários amores, despertou grandes e inúmeras paixões. Conheceu até o ator Marlon Brando na Europa, quando então se viu frustrada ao tentar assediá-lo, descobrindo ser ele homossexual. Sem falar que já nesse tempo escreve. Escreve poesia de inequívoca qualidade e coleciona prêmios. Enfim, viveu a vida que quis, livremente. Certa ocasião, porém, aos 33 anos, após ler “Carta a El Greco” do escritor grego, Nikos Kazantzakis, e ficar impressionada com a tese desse autor - de que é preciso isolar-se do mundo e da algazarra humana para tornar possível um conhecimento mais profundo de si mesmo, do ser humano, e para escrever, para descobrir o que se tem a dizer – Hilda decide se despedir radicalmente da vida que levava, que a seu ver a estava distanciando de seu verdadeiro trabalho: escrever. Continua livre como sempre. Só que agora decide, no ano de 1963, passar a viver numa fazenda a 11km de Campinas (propriedade de sua mãe), onde abdica da vida de intenso convívio social para se dedicar integralmente à literatura. Três anos depois, muda-se para a Casa do Sol, um casarão semelhante a um mosteiro cheio de lindas árvores e natureza, que ela construíra nas terras de sua mãe, onde já residia. Ali passará o resto de sua vida, continuará seu programa de literatura integral e redigirá 80% de sua obra.


Nesse mesmo ano conhece o escultor Dante Casarini, por quem se apaixona. Convida-o para viver com ela em sua “torre de capim”. Ele aceita. Não demora muito e se casam em 1968, vindo a se divorciar em 1985, nunca deixando de ser amigos. O casamento se deu por imposição da mãe de Hilda, que então acabara de ser internada no mesmo sanatório em que o pai fora internado anos antes. O pai da escritora foi uma figura muito importante em sua vida. De família tradicional de Jaú, também dado à poesia e à escrita, aparentemente com grande potencial, ainda muito jovem foi absorvido e destruído pela esquizofrenia. Hilda teve pouquíssimo contato com ele, mas sua figura, sua inteligência, seus textos e sua tragédia a marcaram fortemente. Ela chegou a afirmar, mais de uma vez, que se tornara escritora por causa do pai. Já que a loucura o impedira de ir adiante com sua vocação, ela, sua filha, criaria uma grande obra, da qual ele pudesse se orgulhar.


O medo da loucura e da morte foram, aliás, os maiores fantasmas de Hilda Hilst durante sua vida. Os médicos diziam que ela poderia herdar a doença. Após a internação também de sua mãe, chegaram a apostar qual seria aquele que trataria da escritora no futuro. Pobres médicos... deram com os “burros n’água”. A doença de Hilda nunca fora a loucura, mas a lucidez e sensibilidade extremadas. É bem possível que seu pai se orgulhasse de sua literatura, caso tivesse tido contato com ela, todavia, tenho dúvidas de que mesmo ele conseguisse atingir a profundidade da obra da filha e compreender todos os seus meandros, enigmas e significados. Como dizia Mário Quintana: “Autor que deseje conservar seus leitores não deve ministrar-lhes o mínimo susto. Apenas as eternas frases feitas”. Hilda Hilst nunca seguiu este conselho. E aqui voltamos ao assunto de sua contradição. Uma de suas maiores contradições está justamente no fato de que sempre desejou se comunicar, se aproximar dos leitores e leitoras (ainda quando, decepcionada, dizia o contrário) e ao mesmo tempo nunca fez concessões ao fácil, ao lugar comum. Sua vasta escrita é intensa, densa, complexa, vital, sarcástica, perturbadora. Sua linguagem é riquíssima, permeada por uma erudição literária, filosófica, teológica, mística e científica, que poucos conseguem acompanhar e, por outro lado, é nua e crua, propositalmente chocante para alguns leitores/as, sempre desnudando, quebrando as máscaras e muros que costumamos construir para nos manter afastados/as das questões essenciais, como a morte, a existência, a velhice, o alienamento, a fuga, o transcendente, o escatológico, Deus. Temas em que Hilda faz questão não apenas de mexer, mas de mergulhar o tempo todo. Seus personagens frequentemente estão pensando e dialogando em cenas surreais que transitam entre a metafísica e o cotidiano mais elementar. Todos eles têm uma fome e uma busca central, primordial, urgente, que os atormenta sem trégua. A mesma fome de sua autora: DEUS. A busca incansável de Deus é a tônica de praticamente toda a obra de Hilda Hilst e, creio, de sua vida também. Parece estranho, no entento, este tem sido, nesses nossos tempos contemporâneos um tabu. Por isso mesmo, ou é tratado superficialmente, esteriotipadamente, ignorantemente, fundamentalistamente, ou não é tratado. Faz tempo que a maior parte dos seres humanos (mesmo os que dizem acreditar em algum Deus), vivem como se ele não existisse ou o/a tratam, bem como à morte, de maneiras simplistas. Hilst nunca se contentou com isso, ela tenta ir ao cerne do que preferimos deixar de lado. Talvez por esse motivo muitas vezes assuste. Ou talvez pelo modo como coloca essas questões. De qualquer forma, nunca conseguiu fugir delas. Espero que hoje, onde quer que esteja, tenha finalmente encontrado o que tanto desejava, tenha podido saciar sua fome enorme e tão desconcertante para tantos que continuam a não entender...


Ela faleceu em Campinas-SP, no dia 4 de fevereiro de 2004, às 4h da manhã, após ter sido internada no Hospital das Clínicas da Unicamp no dia 1 de janeiro, devido a uma queda e conseqüente fratura de fêmur, que veio a se complicar gerando uma infecção generalizada. Foi sepultada na tarde do mesmo dia de sua morte, no Cemitério das Aléias, em Campinas. Certa vez dissera que gostaria de morrer segurando a mão de sua grande amiga Lygia Fagundes Telles. Afirmação interessante porque, talvez devido à idealização que fazia do pai, ela sempre dera a impressão, em suas entrevistas, de que valorizava mais os homens do que as mulheres. No entanto, a pessoa com quem falava ao telefone todos os dias e com quem desejava estar ao morrer, era uma amiga e uma mulher. Mais uma de suas contradições...


Depois de sua morte, todos os seus livros foram relançados pela editora Globo. Sua casa em Campinas foi transformada no Instituto Hilda Hilst – Centro de Estudos Casa do Sol, idealizado e dirigido pelo escritor José Mora Fuentes, seu amigo e herdeiro. Informações mais detalhadas sobre o Instituto, a escritora e seus livros, podem ser encontradas em seu site oficial: http://www.hildahilst.com.br/ Se você nunca leu nada dela, convido-o/a a começar por suas obras de poesia e outra dica é o livro “A obscena senhora D”, que apesar do título não faz parte da tetralogia pornográfica e fala muito de sua autora. Este, de todos os seus livros, foi o mais tocante para mim.


Nos anos 90 cheguei a escrever cartas para Hilda e, como muitos que foram até ela em sua Casa do Sol, sempre bem recebidos, eu deveria ter ido também. A timidez, entretanto, me impediu. Fico imaginando o que ela teria achado disso. Torço pra que eu possa reparar esse erro algum dia...


Resumindo, caro leitor ou leitora, existe uma escritora brasileira, ímpar em nossa literatura, que até hoje a maioria não conhece. Chama-se Hilda Hilst. Muitos diziam e ainda dizem que ela era uma espécie de louca destemperada. Outros que ela era um gênio. Penso que seria bom se nos dispuséssemos a julgar por nós mesmos e, na minha humilde opinião, Hilda era simplesmente, a exemplo de sua “Obscena Senhora D” (que não tem nada de obscena), apenas também uma senhora “D” como eu e você. “D” de “Derrelição”. Lição que derrete o coração...


“Que te devolvam a alma
Homem do nosso tempo.
Pede isso a Deus
Ou às coisas que acreditas
À terra, às águas, à noite
Desmedida,
Uiva se quiseres,
Ao teu próprio ventre
Se é ele quem comanda
A tua vida, não importa,
Pede à mulher
Àquela que foi noiva
À que se fez amiga,
Abre a tua boca, ulula
Pede à chuva
Ruge
Como se tivesses no peito
Uma enorme ferida
Escancara a tua boca
Regouga: A ALMA.
A ALMA DE VOLTA”
(Poemas aos homens de nosso tempo, de Hilda Hilst)

Quem quiser conhecer o outro artigo de Gisele de Marie - "Quem foi Pagu", clique aqui: http://rascunhosdeandreavaz.blogspot.com/2009/03/quem-foi-pagu-pelo-olhar-de-gisele-de.html

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:: Frases para Refletir ::

"Há um tempo em que é preciso abandonar as roupas usadas, que já tem a forma do nosso corpo, e esquecer os nossos caminhos, que nos levam sempre aos mesmos lugares. É o tempo da travessia: e, se não ousarmos fazê-la, teremos ficado, para sempre, à margem de nós mesmos." (Fernando Pessoa)